MARWICK, A.; BOYD, D. I tweet honestly, I tweet passionately: Twitter users, context collapse, and the imagined audience. Online: disponível em http://nms.sagepub.com/content/early/2010/06/22/1461444810365313
> Marwick e Boyd demonstram o entendimento que se tem da audiência de sites de redes sociais é limitada. Geralmente, o usuário que possui um perfil em um site de rede social tem uma audiência imaginada e esta pode ser planamente diferente da audiência "real". Dada a importância que o outro tem sobre a construção de uma identidade, de que modo esse audiência imaginada ingere sobre o processo de construção de uma identidade?
> Tem se tornado comum no Facebook o compartilhamento de imagens humorísticas postadas por perfis construídos justamente com a intencionalidade de compartilhar esse tipo de conteúdo. Algumas imagens postadas por esses perfis chegam a ser redistribuídas no Facebook por milhares de usuários. Esse tipo de compartilhamento em massa é resultado dessa audiência imaginada? Ou melhor, o fato de um arquivo, no caso uma imagem, ser compartilhada repetidas vezes faz com que o individuo acredite que aquele é um conteúdo que será facilmente aceito e por isso ele também compartilha?
> "Twitter is used this way by many people to establish a presence online." Em um universo (comunidade virtual) onde a maioria utiliza de perfis fakes, como compreender a presença online?
> Poderíamos falar de autecidade de perfis fakes?
> O texto fala "create and market a ‘personal brand’" Num universo de identidade fluída, poderia se falar de marca pessoal? Se a qualquer momento o indivíduo pode alterar sua identidade virtual... A alteração também influenciaria na sua identidade "real"?
> Conforme o texto desenvolve, o conceito de autenticidade e inautenticidade dependerá do discurso e do contexto em que algo ocorre. Por um lado, para os usuários do Twitter esse entendimento varia ao mesmo tempo em que ele aparenta ostentar uma imagem de veracidade/autenticidade apesar dos twitteiros lançarem mão de estratégias de gerenciamento de impressão como da auto-censura e equilíbrio. Com esse grau de variação acerca da definição do que vem a ser autênctico, é possível falar de autenticidade seja em ambientes digitais, seja nas interações face-a-face diante do que foi visto sobre gerenciamento de impressão?
> A diversidade de potenciais leitores no Twitter é capaz de romper com a capacidade do emissor em variar sua auto-apresentação baseada em audiência?
> Visto que a questão do gerenciamento de impressão em ambientes digitais leva em consideração a audiência alvo, o controle sobre o resgate das informações sobre si mesmo exerce influência no processo de reconstruir sua própria identidade digital?
> A autenticidade da auto apresentação pode estar firmada sobre a importância que se dá a audiência idealizada ou na possibilidade de resgate das informações como meio de gerencia-la?
> Pesquisar como as pessoas formam impressões sobre os outros será incluir nesse processo a consideração de como cada um usa suas referências e quais são elas? Será preciso entender as expectativas individuais e coletivas associadas à compreensão do outro?
> Marwick e Boyd afirmam, no artigo, que a necessidade que os indivíduos possuem de diversificar as apresentações de si (self-presentation) são complexificadas pelo crescimento das mídias sociais, que levam ao colapso a existência dos múltiplos contextos e colocam juntas audiências diferentes. A partir dessa afirmação, problematizamos: Será que com a existência dos atuais aplicativos que permitem o cruzamento e recuperação das informações postadas em sites de redes sociais diferentes, essa afirmação permanece válida? Não estaríamos convergindo para uma única forma de self-presentation, à medida que tomamos consciência desses aplicativos e do diálogo que eles estabelecem entre si, buscando, portanto, uma coerência e unicidade do discurso/comportamento, independentemente das audiências supostamente direcionadas em cada ambiente?
> Em momentos diferentes, os autores discutem que o e-mail é geralmente usado para fins privados enquanto o twitter é primordialmente público e questionam se o espaço público agora é sinônimo de “espaço comercial”. Nesse sentido, questionamos: nesse contexto de interação digital, o que pode ser considerado público e privado? Tais conceitos não precisariam passar por um esforço de ressignificação?
> Apesar de na CMC ser possível a edição de mensagens, a seleção e a conveniência na escolha do conteudo a ser emitido na busca por uma desejabilidade social, que estratégias de auto-apresentação podem ser prejudicadas ou alteradas através desses "reparos" nas IS por CMC?
> Como a pontuação e a paralinguagem podem ser utilizadas como estratégias de gerenciamento de impressões em CMC?
> O usuário médio de sites de redes sociais entende a existência de diversas audiências distintas? A necessidade da “auto-apresentação variável” é algo realmente observada pelos usuários?
> O acesso a perfis de outros indivíduos em “segundo grau” na rede (amigos de amigos) conforma a percepção do que é a audiência potencial?
> Interessante notar como a noção de autenticidade nos ambientes digitais com uma audiência múltipla e incerta torna-se uma noção fragilizada. Em que medida faz sentido a busca por autenticidade na sociedade de consumo marcada, por um lado pelo culto às celebridades e pela adesão à estilos pre-formatados, e por outro lado com potencialidades inéditas para a mistura, diversidade e estilos híbridos que não se encaixam mais nas velhas categorizações e esteriótipos de muitas teoriais sociais e psi?
> Interessante como a auto-censura parece estar associada à forma de apropriação dos ambientes digitais como mais público ou privado. Que tipo de estrategias e com base em quais valores os diferentes tipos de usuários estão manejando as tensões entre público e privado em ambientes digitais como Twitter? O carater híbrido do ciberespaço e da "networked audience" redefine os limites entre público e privado ou estaria apenas exigindo nocas formas, mais hibridas, de gerenciamento de impressões? Em outras palvaras, se as considerações de Goffman apontavam um papel decisivo da ordem social na definição das estratégias hegemônicas de gerenciamento das impressões e apresentação do self, podemos nos indagar até que ponto este formato híbrido de audiência está mudando os valores e normas sociais mais amplas que sustentam as práticas sociais ou apenas exigem a adequação à norma em novos ambientes? Podemos arriscar dizer que ambos processos ocorrem simultaneamente, mas interessante pesquisar, na atualidade, quais singularidades deste processo de mudança.