CAPLAN, Scott; HIGH, Andrew. Interação Social na Internet, Bem-estar Psicossocial e Uso Problemático de Internet. In YOUNG, Kimberly; ABREU, Cristiano N. Dependência de Internet - Manual e Guia de Avaliação e Tratamento. Artmed, Porto Alegre, 2011 (p. 55 - 76)
> Os estudos para a avaliação da quantidade de tempo gasto na comunicação mediada por computador, podem ser considerados para expressar as características marcantes de personalidade dos indivíduos e a consequência em seus relacionamentos interpessoais face a face? Quais as faixas etárias, além dos adolescentes e universitários descritas neste estudo, possibilitariam uma maior abrangência das conclusões apresentadas aqui?
> Na Perspectiva Hiperpessoal, "a autoapresentação seletiva mediada pode levar os parceiros a formarem impressões mais favoráveis que em ambientes face a face, e que por sua vez, faz o remetente da informação manter um comportamento positivo constante". Como se pode fazer a avaliação posterior dos interagentes estudados neste trabalho, levando em consideração as relações face a face decorrentes ?
> Quais bases podemos usar, na atualidade, para considerar o grau de eficiência das Habilidades Sociais nas interações mediadas por computador sem cair em uma perspectiva nostálgica, preconceituosa ou patológica?
> Fazendo uma comparação exagerada, podemos dizer que os modelos de comportamento, as habilidades sociais e a autoregulação eficiente de um sujeito que vivia em uma cidade como Londres no início da revolução industrial seria completamente "insana" e patológica se usássemos como parâmetros a vida no campo no mesmo período. O mesmo contraste radical de perspectivas poderíamos perceber ao questionar a "normalidade" do ritmo de trabalho, da qualidade da alimentação fast food e tipo de consumo do lazer na indústria cultural que hoje são hegemônicos nas metrópoles globais. Isso para indagar: as interações sociais mediadas pelas TIC estão nos colocando em uma radicalmente nova dinâmica de interações sociais (e de modelos de comportamentos) que exigem novas abordagens científicas para compreendê-las ou estamos presenciando apenas a modernidade tardia?
> Concordando com Pierre Levy, poderíamos dizer que a linguagem permitida pela hipermídia trás uma nova camada de potencialidades e de singularidades às interações sociais e que isso exigiria um esforço de ampliarmos as lentes analíticas e não apenas compararmos: interação face a face x mediada por computador? Da mesma forma como não faz mais sentido comparar (em termos polares e excludentes) cultural oral x cultura escrita, já que ambas coexistem e se transformam gradativamente ao longo da história? A perspectiva "Hiperpessoal" parece se aproximar de uma visão mais ampla, mas até que ponto seus pressupostos epistemológicos incorporam a nova dinâmica social?
> Pensando no avanço dos serviços geo referenciados, na força dos algorítimos no uso das redes sociais e na "transparência" dos sujeitos nas interações online, será que efetivamente o gerenciamento de impressões continuará sendo "mais controlado" nos ambientes digitais? E a intimidade neste contexto, estaria restrita ao pensamento silencioso ou silenciado?
> Apesar de inumeras pesquisas identificarem efeitos negativos de UPS, é possível encontrar correlações positivas entre retraimento interpessoal e Bem-estar social em canais de comunicação não-dinâmicos ?
> Segundo Walther(1996,2006) a comunicação mediada por computador permite que o comunicador revise ou abandone mensagens desfavoráveis mais facilmente que nas interações face a face. Esta estratégia pode se correlacionar negativamente com a perspectiva hiperpessoal?
> Existem fatores relacionados, ao mesmo tempo, à UPI e a processos benéficos de aumento da percepção social? Em sites de redes sociais, a porcentagem de conexões com pessoas com as quais o indivíduo também possui relações face a face é uma variável?
> A interação hiperpessoal, em configurações contemporâneas de comunicação ubíqua e pervasiva, poderia ser vista como demandante de mais recursos cognitivos do que a comunicação face a face sem o apoio de aparatos digitais?
> O texto "Interação social da internet, bem-estar psicossocial e uso problemático da internet" discute uma série de questões/consequências advindas daquilo que os autores chamam de Uso Problemático da Internet - UPI. A partir dessa ideia central, questionamos: o próprio conceito de UPI já não vem "carregado" de um posicionamento claro dos autores, de que existe, a priori, consequências comportamentais negativas advindas do uso da internet? E essa ideia também não "nasce", naturalmente, a partir de uma suposta divisão entre "vida online" e "vida offline"? Os autores não deveriam explicitar os critérios utilizados para classificar um comportamento/interação como problemático para melhor desenvolver a ideia de UPI? O que é considerado "problemático" para os autores?
> Os autores apontam como "sintomas cognitivos" de uso problemático de internet: (1) a motivação de usar a internet para regulação do humor e (2) uma preocupação cognitiva com o mundo virtual. Nesse sentido, para ilustrar a preocupação cognitiva, o autor usa o seguinte pensamento/exemplo: "Quando não estou conectado, não consigo parar de me perguntar o que está acontecendo na internet". A partir dessa ideia, problematizamos: por que devemos nos preocupar com essa questão? E por que essa preocupação é sintoma?
> O uso das mecânicas dos jogos para atrair e fidelizar audiências é cada vez mais comum em ambientes virtuais. O individuo que participa desses "jogos" é estimulado a continuar participando a partir de lógicas de gratificação, que valorizam os capitais simbólicos de um individuo e agem diretamente sobre, por exemplo, processos de alteração do humor. De que modo esses ambientes atuam sobre indivíduos que apresentam comportamentos relacionados ao uso problemático de Internet?
> Por outro lado, a estratégia de utilizar de mecânicas dos jogos em ambientes de interação social online pode provocar sensações ou comportamentos de combate e enfrentamento, muito mais do que comportamentos de apoio? Essa sensação de combate e competição pode causar consequências ainda mais negativas em sujeitos que sofrem com problemas psicossociais mais amplos?
> Quando os 'interatuantes' utilizam suportes de áudio e vídeo (microfone, webcam etc.) estariam também interagindo face-a-face?
"As pessoas talvez precisem investir mais tempo pra dar conta de seus relacionamentos sociais virtuais, o que levaria a passar mais tempo conectada. "A internet não reduziria justamente esse tempo? Pois seria um facilitador de tempo/espaço, já que os indivíduos não precisariam estar "on" ao mesmo tempo, e o "espaço" é normalmente diferente. E nas interações face a face o fator tempo-espaço é fundamental, os indivíduos precisariam compartilhar o mesmo tempo-espaço... nos dias atuais manejar isso é complicado...
Nenhum comentário:
Postar um comentário