quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Questões desenvolvidas pelos alunos relacionadas aos textos:

HOGG, Michael A.; VAUGHAN, Graham M. Essentials of social psychology. Published Harlow: Pearson Education. 2010 (p. 64 - 90)

LEARY, Mark. The Self We Know and The Self We Show. In FLETCHER, Garth; CLARK, Margaret. Blackwell handbook of social psychology: Interpersonal processes. Malden, MA: Blackwell Publishing. 2001 (p. 457 - 477)


> Podemos pensar "public/private self" como modos de endereçar comportamentos de fachada? Eles pertencem mesmo à alçada individual, ou podem ser estendidos à alçada social de alguma forma? Podemos considerar uma diferença entre esses dois polos? Como seria possível diferenciá-los ou qualificá-los?


> A partir de Goffman, em que medida pode-se falar de auto-estima como se esta fosse um valor estabelecido internamente, "dentro" do sujeito? Afinal, de acordo com a teoria do looking glass self, esta própria deve (aparentemente), estar submissa à estima externa que atores sociais nutrem por um individuo em especial.

> Na leitura de HOGG, Michael A., lemos que a afirmação da auto estima está relacionada com a formação da identidade social. A pergunta que surge é: As pessoas encontram a reafirmação social que buscam ao expressar selecionadamente a apresentação do self como forma de buscar validação social?

> Na leitura de LEARY, Mark., Como a forma de auto-apresentação influencia ou regula o gerenciamento de impressões dos grupos que interagem on-line?

> HOGG menciona o conceito de "automatic egotism" (PAULLUS & LEVITT, 1987), onde as pessoas se percebem através de uma "lente cor-de-rosa", criando para si uma imagem favorável. Ambientes digitais como o Facebook podem superestimar esse efeito? Que estratégias do Self podem estar comprometidas nesse sentido?

> Como os ambientes digitais podem contribuir para o aprimoramento do Self público e privado?

> Como estabelecer a definição de private self em ambientes digitais - por exemplos sites de redes sociais ou fóruns - onde, muitas vezes, nosso processo de formação de consciência se caracteriza por ser compartilhado e multiplicado, por ser processado de forma conectada e ser externalizado?

> As pessoas são motivadas a externalizar boas impressões sobre si, pois, a maneira como o outro a enxerga será efetivamente decisiva para o modo como ela se comportará em uma determinada situação ou ambiente. As pessoas tendem a esperar as respostas dadas pelos outros sejam condizentes com a maneira pela qual ela se apresentou. Porém, Existe algum indicativo que aponte que uma auto-avaliação positiva, de modo exagerado, resulte em respostas negativas por parte do outro interator?

> Leary discorre sobre a auto-estima dos indivíduos; mostrando as diferenças dos que possuem traços altos e baixos da auto-estima. Mas um mesmo indivíduo pode ter traços de alta self-esteem em determinados contextos de interações sociais, e em outros contextos apresentar traços de baixa self-esteem?

> Hogg comenta que as pessoas desempenham papeis diferentes em contextos diferentes; estaria ocorrendo um aumento da quantidade de papéis sociais ou, talvez, uma redução?

> Ao responder a pergunta 'quem sou', nos universos virtuais, estariam os indivíduos respondendo "quem eu gostaria de ser"? E isso, estaria então auxiliando, talvez, na auto-consciência, e também auxiliando a alcançar essas "metas" de definição pessoal?

> Na perspectiva que destaca o self-esteem como balizador de avaliação das relações interpessoais de aceitação/rejeição, como pensar o desvio às normas e padrões de aceitação social hegemônicos? Considerando que os indivíduos podem rejeitar normas sociais impostas, seu comportamento e sua apresentação podem ser estimuladas e reforçadas pelo desvio e pela própria rejeição. Ao mesmo tempo que rejeita e é rejeitado em certos contextos, podemos pensar, nesta perspectiva, que os grupos e "guetos" seriam uma forma de garantir um espaço específico para a validação/aceitação do desvio? Na adolescência, por exemplo, este processo de rejeição/aceitação parece efetivamente ser de extrema valia para a consolidação do self, balizando a auto-apresentação dentro e fora das redes sociais.

> Parece interessante refletir sobre o "Self-schemas" e sua formação nas sociedades contemporâneas. Como a globalização/massificação de hábitos participa na elaboração e reconfiguração de self-schemas? Qual relação com a publicidade que cria e estimula a valorização de certos comportamentos desde a tenra infância, fornecendo boa parte do repertório de referência para a aceitação social?

> Segundo a "Terror management theory" (Jeff Greenberg), uma alta auto-estima faz com que os indivíduos se sintam fortalecidos diante da ideia da morte tendendo a uma diminuição dos estados de ansiedade frente a ela. Poderíamos afirmar, então, que os esforços empreendidos pelo sujeito em se sentir pertencente a um grupo, ter seu auto-conceito confirmado pelo outro, ser aceito, apresentar-se de forma a sentir que possui o controle em situações de interação social são motivadas pela evitação da morte? É como se a "morte social" (anulação do self) representasse a morte física propriamente dita em termos inconscientes? Perguntando de outra forma: o sentido de existência estaria, então, vinculado a existência social?

> A "self-esteem" e a "self-presentation" têm funções e objetivos diferentes, porém "caminham" juntas e articuladas num processo de mútua influência. Ao que parece, os textos trazem uma ideia de linearidade - traços, padrões comportamentais - acerca da alta/baixa auto-estima enquanto que a forma como o indivíduo se mostra (self-presentation) varia segundo gerenciamento que ele próprio faz para garantir que o outro o reforce em relação aos conceitos que tem de si. Isso pressupõe uma "dança" ou um "jogo", conforme já foi visto em Goffman, ou seja, uma não linearidade. Diante disso, isso não implicaria em uma anular a outra?

> Logo no início do texto (Self, Identity and Society), os autores afirmam que a interação social, ou a existência social, em si, depende das pessoas conhecerem a si mesmas e aos outros. Estabelecendo uma relação com as interações em ambientes digitais, em que é possível que as pessoas não saibam quem são seus interlocutores, questionamos: não haveria ali uma interação social? A interação depende da identidade revelada, explicitada? Numa relação pautada no anonimato, então, não há interação?

> No mesmo texto, é apresentada uma distinção entre os conceitos de Private Self e Public Self. Em tempos de tecnologias digitais, será que esses conceitos ainda se aplicam? Ou precisariam ser reconfigurados a partir de uma problematização acerca de um também redimensionamento dos conceitos de "público" e "privado"? Ainda nesse sentido, é possível estabelecermos uma comparação entre o conceito de self-awareness e os mecanismos de alienação da interação, de Goffman?

> As dinâmicas de self-enhancement possuem implicações nos processos de escolha e percepção dos pares sociais? Ao entrar em contato com outra pessoa que possua traços que ameacem sua auto-estima, o indivíduo a percebe de forma diferente?

> Em que medida mecanismos que explicitam alguns traços das interações nos sites de redes sociais podem condicionar a auto-estima e necessidade de aprovação média nas populações com acesso amplo a estas tecnologias? Ao mostrar o número de depoimentos, likes e retweets, os sites de redes sociais estariam fomentando a necessidade de aprovação social explícita?

> A partir da ideia de que o self emerge e é formado pela interação social, dos papéis desempenhados pelas pessoas na sociedade, podemos entender que ele perde certa autenticidade?

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