terça-feira, 18 de outubro de 2011

FICHAMENTO - Impression Managemet: Goal, Strategies, and Skills. (2003)

METTS Sandra; GROHSKOPF, Erica - Impression Management: Goals, Strategies, and Skills. In GREENE, John O.; BURLESON BRANT R. Handbook of Communication and Social interaction Skills, London, 2003.


POR VITOR SANTANA


As autoras enumeram que é difícil imaginar qualquer contexto social, profissional ou público, no qual as pessoas não se envolvem em algum nível de gerenciamento de impressão, e que, quando habilmente executado, este gerenciamento provoca atribuições favoráveis, e por sua vez, promovem uma interação satisfatória, inserção social, recompensas tangíveis no trabalho e promoção pessoal. O propósito deste capítulo é sintetizar o campo cada vez mais sofisticado de pesquisa teórica e empírica, que forma o entendimento das habilidades envolvidas na gestão de impressões.

GERENCIAMENTO DE IMPRESSÃO: MAPEAMENTO DO CONCEITO

O termo gerenciamento de impressão é um termo “guarda-chuva” dentro do qual se encontram várias tradições de pesquisa preocupadas com a forma como os indivíduos se apresentam e respondem às apresentações dos outros. Embora o termo apareça mais explicitamente dentro da psicologia social, o seu equivalente conceitual pode ser encontrado em sociologia sob “label face” e “facework”, bem como nas literaturas linguagem e do discurso sob etiquetas de polidez e de gerenciamento de identidade.

Auto-apresentação (Self-presentation)

Os termos auto-apresentação e auto-apresentação estratégica surgem a partir do trabalho inicial de JONES e outros (Jones, 1964; Jones & Berglas, 1978; Jones & Pittman, 1982) em psicologia e psicologia e social, e esses trabalhos estavam interessados ​​em como motivações do "interior" ou no “eu privado" são estrategicamente manifestados e monitorados em demonstrações públicas. Assim, o gerenciamento de impressões - termo passou a ser associado com a produção de conjuntos coerentes de comportamentos, que levariam a inferir correspondência a um self privado, que pode ou não existir. Por exemplo, a motivação para ser apreciado pode encorajar comportamentos evidentes que, em conjunto, constituem um self público, que é simpático, sensível às necessidades dos outros, positivo e de apoio e assim por diante.

Situando Identidade Social

O termo identidade social tem suas raízes na sociologia e seus ramos dispersos pela sociolinguística, linguística e comunicação. Consequentemente, a noção de "impressão", como estrategicamente ligados a motivos específicos, é reformulada como o inevitável e fundamental "imagem" de si como um interagente social com ênfase sobre os direitos e responsabilidades que frequentam esse papel. As autoras apresentam dois conceitos importantes associados com a identidade social: “face” e “facework” como proposto por Goffman (1959, 1967) e a teoria da polidez, como proposto por Brown e Levinson (1978, 1987).

Teoria da polidez

Brown e Levinson (1987) formularam a teoria da polidez com base em quatro pressupostos. Primeiro, eles propuseram que as ameaças aos dois tipos de necessidade de face são endêmicas para a organização social. Interdependência pessoal, social e profissional dos indivíduos necessita de infrações nas necessidades face de tanto eu e os outros ao fazer tais ações no discurso de rotina de como fazer uma promessa, dando diretivas, pedindo favores, dando desculpas para seu próprio comportamento, desafiando as afirmações dos outros, e assim por diante. Segundo, Brown e Levinson argumentam que esses atos face ameaçadora (ACL), estão relacionados de forma complexa para enfrentar as necessidades de ambos os falantes e ouvintes. Alguns atos de fala ameaçam principalmente face positiva (por exemplo, o ridículo, insultos, desafios) ou principalmente face negativa (por exemplo, ordens, conselhos, advertências), enquanto alguns atos de fala ameaçam rosto negativo e positivo (por exemplo, as queixas, interrupções, uma forte manifestação de emoção, e pedidos de informação pessoal). Mesmo os atos que melhoram a face positiva do ouvinte pode incorrer uma ameaça à sua face negativa, por exemplo, um elogio (ou um presente) mostra respeito pela face positiva do ouvinte, mas ao mesmo tempo ameaça face negativa, obrigando-o a mostra ou para fornecer uma expressão comparável de respeito.

METAS DE GERENCIAMENTO DE IMPRESSÃO

Para as autoras, os resultados desejados numa interação incluem realizar objetivos relevantes para a criação, manutenção e reparação própria da impressão, tanto identidade, ou face, e a impressão, identidade, ou a face dos outros. Um objetivo específico pode não ser o que os outros considerariam construtivo, como quando uma pessoa usa intencionalmente uma face agressiva para desacreditar o outro, mas se o objetivo é alcançado de forma eficaz e que o usuário acredita que as ações foram adequadas para o tempo e lugar, os comportamentos são tidos como habilidosos.

UM MODELO DE METAS E ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO DE IMPRESSÃO

São enumeradas quatro categorias superordenadas ou objetivo-meta que integram e subsumam os objetivos mais específicos de interação. Estes incluem objetivos-meta (metagoals) (a) demonstração de competência social, (b) proteger a integridade impressão (evitando potenciais "incidentes" que podem afetar alguns aspectos de uma identidade situada), (c) restaurar a integridade impressão (restabelecer a legitimidade ou a viabilidade da identidade social que tenha sido danificado), e (d) construção impressão (comportamentos expositoras, atributos, valores, etc.) que se destinam a provocar atribuições particulares. Dentro de cada uma dessas categorias meta, listam-se as estratégias e as funções para atender a essas metas.

HABILIDADES DE GERENCIAMENTO DE IMPRESSÃO

Competência interpretativa: Refere-se às habilidades envolvidas na identificação de características de situações sociais e episódios de interação que são relevantes para as preocupações em gestão de impressão e, que dessa forma, constroem a matriz social que lhe dá instruções para identidades apropriadas ou esperadas (tanto própria e dos outros) e sua aprovação.

Competência de Aprovação: Grande parte da pesquisa gerenciamento de impressões se preocupa com o que as pessoas têm mais probabilidade de fazer em determinadas situações. Nós reconhecemos que o que é "típico" em termos de frequência não é necessariamente isomórfico com o que é hábil, no entanto, acreditamos que as pessoas que não apresentam o esperado ou previsto, nas linhas de ação, são provavelmente considerados menos hábeis do que aqueles que sabem fazer.

Protegendo a integridade da Impressão Objetivo-meta.

Às vezes, interatores são capazes de antecipar que as ameaças potenciais para as suas identidades. Na medida em que eles estão motivados para evitar essas ameaças, eles manifestam comportamentos para prevenir-los ou para minimizar os danos prováveis.

Estratégia de auto-direcionamento: Uso da face preventiva.

Interatores são capazes de antecipar que alguma declaração (que estão prestes a fazer ou alguma ação que estão prestes a emitir), refletir negativamente sobre a impressão de outra forma satisfatória. Como estratégias preventivas da face têm-se as renúncias e contas antecipatórias (desculpas e justificativas).

Estratégia de direcionamento do outro: Uso da face preventiva.

Muitas das mesmas técnicas que os atores usam para proteger a integridade de sua própria identidade social são utilizadas para proteger a identidade social dos outros. As pessoas podem orientar uma conversa longe de tópicos que seriam embaraçosos para os outros, (ex: fingir não ouvir um arroto ou arrotar), e ignorar um comentário rude ou uma fala acidental (faux pas).

Restauração da integridade da impressão Objetivo-Meta.

Estratégias de restauração e as táticas que a adotam permitem que alto-falantes restaurem a sua impressão por meio de ações que efetivamente contam para o elemento de identidade que levou avaliação negativa. Estes elementos podem incluir caráter moral de uma pessoa, sua competência interacional ou profissional, o seu aparente descaso pelos sentimentos dos outros, e assim por diante. De acordo com Goffman (1959), com face corretivas é possível neutralizar tais incidentes quando suas implicações simbólicas ameaçam a face. A ordem social não pode ser reconstituída até que os participantes, ou mais precisamente, as identidades, são realinhados.

Estratégia de Self direcionamento: Oferta de Ações Corretoras.

Ações de compensação tem a função de restaurar uma imagem de atribuições e neutralizar possíveis ameaças sobre a própria competência, caráter moral, habilidades, motivações, e assim por diante. A pessoa habilidosa exibe "poise" (equilíbrio) nestas situações (Goffman, 1959) e assim, controla efeitos colaterais em uma situação embaraçosa ou vergonhosa. Em outras palavras, ele ou ela permanece composto (mantém dignidade), oferecendo a remediação apropriada, expiação, ou explicação para um ato desagradável. Se a perda de face é adequadamente compensada e a integridade de uma impressão é restaurada, o equilíbrio social é mantido.

Estratégia de direcionamento do outro: Ações de Apoio Corretoras

Observadores podem também ajudar pessoas a recuperar a face por não chamar a atenção indevida ao evento de falha (falta de atenção, por exemplo, civil, Goffman, 1959), chamando a atenção fora do evento (desvio), ou minimizando a gravidade da situação quando for o caso (por exemplo, humor). Essas táticas facilitam a tentativa de uma pessoa para permanecer equilibrado quando são observadores e podem neutralizar o transgressor ou o envergonhado através da empatia expressar ("Eu sei como você se sente, eu tenho feito a mesma coisa") "fora de face." E pode ajudar a remediar a situação através de ofertas de apoio e aconselhamento provisoriamente dado ("Talvez se você pedisse desculpas para ela"; Cupach & Metts, 1994).

Estratégia de direcionamento do outro: Ações corretoras obrigatórias.

Às vezes é necessário obrigar as ações de compensação de outra pessoa, porque a identidade em que a ordem social depende não é, por qualquer razão, considerada autêntica ou adequada. Uma maneira de obrigar a ação de compensação de outra pessoa é induzir embaraço intencional para que ele ou ela que perca a face, pelo menos temporariamente. Bruta e Stone (1964) sugeriram que uma pessoa envergonhada é "incapaz de desempenho de papel contínuo" e é precisamente por isso embaraço intencional é, por vezes, a melhor abordagem para "purificar" ou "redefinir" as identidades sociais antes de interação poder continuar. Como Bradford e Petrônio (1998) argumentaram, ao usar o embaraço intencional, o autor sacrifica uma preocupação para a adequação social, com o objetivo de descredibilizar - quem de fato provoca o embaraço - de forma mais eficiente. Embora o perpetrador tenha a chance de receber o mesmo tratamento no futuro, há ocasiões em que o risco parece ser justificado.

Construção impressões objetivo-metas

O meio pelo qual as pessoas comunicam evidências de mérito está por trás de pesquisas relevantes para a construção impressões objetivos-meta. Embora seja seguro dizer que as pessoas vão tentar alcançar esse objetivo, selecionando uma estratégia de auto-apresentação que irá provocar atribuições desejadas, cada uma das estratégias de auto-apresentação (auto-promoção, bajulação, exemplificação, súplica, e intimidação) fornece certos benefícios e incorre em custos potenciais. Assim, ser hábil para cumprir a construção impressões objetivos-meta depende de dois fatores: a capacidade de aprovar uma estratégia de auto-apresentação adequada e reservando recursos cognitivos suficientes para gerir outras características no ambiente. Isto é destacado em contextos onde a auto-apresentação é de destaque, como em entrevistas de emprego e no desempenho organizacional.

DIFERENÇAS INDIVIDUAIS EM GESTÃO DE IMPRESSÃO

As autoras enumeram quatro diferenças individuais no gerenciamento de impressões: Variáveis ​​de personalidade, Consciência, Ansiedade Social e Diferenças de Gênero.

Treinamento de habilidades

O gerenciamento de impressão hábil requer uma pessoa para reconhecer que a gestão de impressão é mais ou menos salientes durante qualquer situação. Dois elementos-chave para este tipo de competência é reconhecer pistas situacionais sobre diferenças de status, os níveis de formalidade, e similares, bem como reconhecer quando outras pessoas são susceptíveis de ser uma avaliação de competência, o comportamento, caráter, culpabilidade, e assim por diante.

CONCLUSÃO

As autoras iniciam o capítulo com uma síntese das várias perspectivas sobre a gestão de impressão e analisam pontos relevantes para a frequência de uso e a eficácia da habilidade. Em seguida, descrevem os recursos cognitivos e comportamentais que permitem às pessoas realizarem metas e de demonstrarem competência social, que atendam à três objetivo-metas: manter a integridade da identidade, restaurar a integridade de identidade quando perdidos ou danificados, e construir uma impressão quando a situação exige atenção consciente à identidade pública. Chamam a atenção para fatores disposicionais que estão relacionados ao gênero e que exercem influência sobre a formação dos princípios de gestão de impressão. Finalizam descrevendo duas abordagens na formação de competências.

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