terça-feira, 18 de outubro de 2011

Questões desenvolvidas pelos alunos relacionadas aos textos:

METTS, Sandra; GROHSKOPF, Erica. Impression Management: Goals, Strategies, and Skills. In GREENE, John O.; BURLESON, BRANT R. Handbook of Communication and Social Interaction Skills. Lawrence Erlbaum Associates, Publishers. London, 2003. (p. 357 - 399)


SCHLENKER, Barry. Self-Presentation. In LEARY, Mark.; TANGNEY, June.Handbook of Self and Identity. The Guilford Press, New York, 2003. (p. 492 - 518)



> O rastro de um indivíduo num site de rede social torna-se, muitas vezes, público, graças a características básicas da internet, como a indexação de conteúdo e sistemas de pesquisa. Em que medida essas especificidades alteram o processo de construção (e também de reconstrução) de identidade e de gerenciamento de impressão em ambientes digitais?


> Como diferentes níveis de estimulo que um indivíduo pode ter para cumprir ou conquistar um objetivo altera as estratégias de gerenciamento de impressão?


> Onde está contemplado o self "cognitivo", privado, na perspectiva de Goffman, quando se admite a existência de habilidades, competências sociais no gerenciamento de impressão?


> Como pensar estas categorias de representação do self (advinda de processos automáticos ou que envolvem esforços cognitivos) dentro do discurso organizacional nas mídias sociais? Nestes ambientes, há constantemente um cruzamento entre a representação objetiva, consciente do "self" organizacional com a representação de outros selves, individuais, que são os responsáveis pela construção daquele discurso. Talvez por isso seja possível perceber "quebras" que favorecem o constrangimento. Portanto, em que categoria este self organizacional estaria "enquadrado"?


> No gerenciamento de impressões, são necessárias variadas intervenções por parte dos indivíduos. Quando e onde começa o processo educativo destes processos? As diferenças relacionadas ao gênero podem ser contempladas através do ensino / treinamento diferenciado? A eficácia deste gerenciamento varia de acordo com a faixa etária e condição social? Será que a habilidade de sustentar as estratégias de auto-apresentação dependem mais das estratégias de preservação do self ou dos processos interacionais?


> Semelhantemente à maioria dos comportamentos sociais, a auto apresentação pode variar ao levarmos em consideração os processos cognitivos automáticos X controlados. Quais os problemas sociais esperados frente ao dilema de uma imagem desejada do self frente aos outros interagentes? Serão os mesmos encontrados nos relacionamentos "on e off - line"?


> A tentativa de melhorar ou manter uma boa auto-apresentação se dá por diversas manobras com as impressões. Como se dá a avaliação das impressões? Tem base na cultura? Mesmo que o outro informe e regule de alguma maneira a respeito dessa avaliação, há algo que ocorre a partir do indivíduo? Percebemos que a avaliação feita por um individuo pode ser diferente da feita por um outro, o julgamento do que seja o gerenciamento de estratégias válidas, sobre a validação das mesmas. A partir de quê isso se dá? A avaliação da expressão do self público e a não expressão do self privado?


> O gerenciamento de impressão é um componente inato ou uma competência técnica? Até que ponto a habilidade para gerenciar impressão implica em um "falseamento nas interações"?


> A vida imita a arte? Depois de ler Goffma
n, eu acredito ser o contrário. O processo da auto-apresentação em determinados contextos - como em ambientes organizacionais- está correlacionado com comportamentos psicopatológicos?


> Percebe-se que os feedbacks que os usuários podem oferecer aos outros, através do sistema, costumam ser positivos: o like no Facebook, o favoritamento no Twitter e a promoção no Orkut são públicos, enquanto a exclusão de conteúdo e amigos geralmente é privada. Botões de não gostei (YouTube) e down (agregadores) costumam estar associados ao conteúdo, e não aos perfis. Poderíamos associar esta tendência às necessidades humanas descritas pela teoria da polidez (autonomia e validação)?


> Até que ponto as diversas auto-apresentações do indivíduo em referência a seus grupos se mantém nos ambientes digitais? Se uma suposta representação “profissional” (LinkedIn, por exemplo) e uma suposta representação “pessoal” (Facebook, digamos) estão acessíveis tanto ao grupo de contatos profissionais e pessoais, a distinção continua?


> Diante da subjetividade humana, onde as pessoas tem maior ou menor consciência do seu comportamento e nem sempre está atenta ao nível de consciência das interpretações que os outros podem ter. Podemos dizer que sempre haverá gerenciamento, seja em maior ou menor grau?


> Alcançar uma conversa repleta de importância avaliativa é um dos objetivos do gerenciamento de impressões?


> Schelnker fala de processos automáticos e controlados. Em situações confortáveis prevalece o self-presentation automatic. Mas também pode envolver processo controlado quando a situação ou audiência é significativa ou se o indivíduo está incerto sobre a impressão de que pode causar. Na internet seria qual dos processos? Sempre estaríamos atentos ou seria possível um comportamento automático?


> Schelnker fala que “diferentes estratégias de self-presentations está associada com diferentes tipos de audiências.” E que “diferentes públicos acionará objetivos diferentes e imagens relevantes de identidade”. Existe mais ou menos uma unidade de perfil mesmo em redes sociais diferentes... o mesmo indivíduo, participando de comunidades diferentes, agiria de forma coerente com seu profile “principal”. Ou não?


> “Desejável auto-apresentações, portanto, refletem a integração do que as pessoas gostariam de ser e acho que eles podem ser em um determinado contexto social.”

Novamente, ao responder a pergunta 'quem sou', nos universos virtuais, estariam então indivíduos respondendo "quem eu gostaria de ser". E isso estaria ajudando na auto-consciência, e também auxiliando a alcançar os objetivos de definição pessoal?


> Me pareceu muito interessante a discussão sobre a teoria da polidez quando aponta a base em duas necessidades humanas: autonomia e validação. Como podemos discernir a força destas duas necessidades nas estratégias de gerenciamento de impressões quando consideramos que os esquemas de comportamentos são atualizados em cada situação, sendo performados na relação e não a partir de estratégias elaboradas na "intimidade" do self privado. Em outras palavras, haveria como pensar na autonomia sem a validação desta mesma autonomia pelos atores da relação. Se a autonomia do sujeito não é validada, torna-se inexistente. Podemos considerar que, nesta perspectiva, confirma-se o caráter relacional e sempre parcial da autonomia? Se as impressões são gerenciadas pelo self a partir da experiência da relação, o grau de autonomia estaria diretamente ligado à capacidade de adaptação e validação social para que esta autonomia tenha condições de ser exercida e mantida nas interações?


> Uma análise de casos de humilhações e intimidações online entre adolescentes (cyberbullying) nesta perspectiva teórica seria bem interessante para refletir sobre as estratégias possíveis na restauração da integridade e proteção das impressões. Nos casos extremos de suicídio parece que todas as estratégias falham, mas há várias escalas de efetividade das estratégias. Poderíamos falar aqui em resiliência quando relacionamos os diferentes graus de habilidades para preservar e construir impressões socialmente válidas? Uma pesquisa interessante seria investigar em que medida há similaridades nas estratégias, no histórico de auto-apresentação e na reputação online das "vítimas".


> No texto de Schlenker, busca-se distinguir "self-expression" de "self-presentation" onde a primeira é considerada autêntica, espontânea e se origina no ator ao passo que a segunda é, inautêntica, elaborada e influenciada por pressões sociais fora do ator. Uma seria variável independente enquanto que a outra seria, dependente. Ao mesmo tempo, ele defende que a "self-presentation" não necessariamente envolve atenção consciente e controle por parte do ator tanto sim que ela se divide, segundo o autor, em automática e controlada. Como se sustenta essa diferenciação?


> Se não houver intencionalidade, estabelecimento de metas, por parte do interagente, a “impression management” não existe?


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