terça-feira, 18 de outubro de 2011

FICHAMENTO - BELL, D. "On the net: navigating the world wide web" in "Digital Cultures - Understanding New Media".


POR ELVA VALLE



"Mais do que qualquer outra Nova Mídia, a internet representa a idéia de mudança e novidade na cultura contemporânea" (Marshall 2004)


O capítulo objetiva explorar de forma abrangente a internet e o World Wide Web como fenômeno sócio-técnico para entender a Nova Mídia (NM).


Telas, redes e webs


A internet é melhor pensada como uma interconectada, rede global de computadores (e aparelhos computacionais). Ela não é apenas computadores e linhas de telefone, é também software, em particular protocolos (TCP, FTP, HTTP e IP) que permite a informação passar pela rede, sendo enviada e recebida “no momento certo, no lugar certo, e do jeito certo”. O software é também presente na internet em termos de interface na tela do computador, que visualiza a internet de maneiras particulares (texto, som, imagens estáticas e em movimento etc.). A internet é também imaginária, um espaço imaginário preenchido com idéias e experiências, medo e excitação, banalidade e imaginação.


Origem: foi desenvolvida por Tim Berners-Lee para resolver problemas de troca de informações entre cientistas. A data de nascimento da WWW é 6/08/1991. A internet é também uma maneira de administrar conteúdo na Internet, baseada no compartilhamento de protocolos e padrões. Isso significa que todo tipo de material fica disponível, pode ser armazenada e acessado de qualquer computador graças ao uso de uma linguagem comum a HTML (uma maneira de traduzir diferentes tipos de informações e move-las pela Internet). Outra característica importante da inovação de Berners-Lee é o hiperlink, pois conecta coleções de informações, e permite ao usuário navegar através da WWW através de clicks, transportando pagina a página.


Em um nível, não vamos a lugar nenhum: estamos em frente a uma tela, mas, precisamos pensar além; pensar nos aspectos simbólicos e experimentais de estar online. Os termos usados para explicar essas dimensões são ciberespaço e cibercultura. Por certo tempo, o termo usado para descrever os entendimentos e encontros era ciberespaço; alguns acadêmicos preferem o termo cibercultura, pois a Internet não é apenas um artefato tecnológico, mas também é um fenômeno cultural, e esses dois domínios não podem ser separados.


'Doing' the Internet


Nós usamos a internet para ...? Podemos listar usos reais e possíveis, ela pode ser usada para comunicação interpessoais (através de chat, email, msn, skype; utilizando aparatos de texto, som, imagem, e vídeos), para enviar e receber informações em diversos formatos, para encontrar novos amigos, vender e comprar coisas, encontrar informações sobre praticamente tudo, falar sobre você e seu mundo para outras pessoas


Os usuários se tornaram mais sofisticados usando o que a internet tem a oferecer, e desenvolvendo novos usos.


Desde os primeiros usos nas comunidades cientificas e militares, a difusão da internet sempre ficou dividida em duas trajetórias: uma de maior abertura e liberdade, a outra de maior controle e dominação. Na década de 1990 houve muita discussão sobre como a internet que permitia 1 - liberdade de usar de suas identidades reais e corpos, 2 – e formações de novos tipos de comunidades virtuais, unindo as pessoas com identidades ou interesses comuns. Alguns sugeriram que um novo mundo estava em formação habilitado pela tecnologia, enquanto os críticos enxergaram uma ruptura da sociedade em infinitos grupos minúsculos de interesses especiais.


Então houve o dot.com boom, onde a internet foi povoada por negócios online, havendo também a migração de atividades antes offline para online (como as compras, o que fez da internet um enorme shopping, e dos usuários consumidores potenciais). Seguindo em frente, usuário passive, que por um tempo foi considerado como um zumbi comprador, se transformou em alguém novo: alguém que não está atrás apenas de barganhas, ou algumas músicas grátis para download, mas indivíduos que querem construir espaços sociais em torno dessas atividades.


O que nos leva (novamente) para as redes sociais online. Atividades como blogging no MySpace e Facebook tem sido proclamada como transformadora daquilo que "fazemos" no ciberespaço, na criação novas formas de interação social mediada pela web. JonhQuiggin (2006) descreve que essas plataformas estão juntas formando um espaço compartilhado de auto-expressão e interação social que altera radicalmente o que significa escrever (e ler), quem pode produzir (e consumir) o conteúdo da web, criando um universo paralelo, a blogosfera, onde os fluxos de mídia conteúdo são interrompidos, redirecionado, upsed e misturados.


Nova mídia/ me media


Sites como MySpace, YouTube, tem suas maneiras de mudar a maneira que os usuários usam a internet. Eles fazem parte de grandes transformações em todo terreno das Novas Mídias, como por exemplo, a convergência. Podemos dizer que Internet se tornou parte central de uma nova maneira de "fazer mídia". A convergência ocorre quando a mídia se hibridiza e recombina; e pode ser convergência de dispositivos (por exemplo, o celular), de ferramentas, e conteúdo. O site YouTube é um ótimo exemplo de convergência, primeiro se compartilhavam vídeos caseiros, evoluiu e hoje exibe diversos vídeos (filmes, episódios de séries, trechos de programas de TV etc.) oficialmente ou não.


A convergência e a plataforma de multi-intextualidade estão mudando nossa experiência de espaços de mídia, e fazer distinções entre o "real" e "virtual" beira o nonsense. Os novos aparelhos permitem estar constantemente conectado a redes sociais na internet e a outras (humana), e para Souza e Silva (2006) essas novas tecnologias estão recriando os espaços urbanos como ambientes multiusuário.


(Re)Pensando a mídia social


Em particular, para o autor, parece necessária a busca de novas maneiras de se explorar os processos de "escrever" e "ler" a "me media", e novas maneiras de se pesquisar como os usuários interagem em e com os espaços híbridos. Novas teorias e novos métodos podem adequadamente formar uma nova agenda de pesquisa em Novas Mídias, como um conjunto sócio-técnico: Estudos da Mídia 2.0


Caso de Estudo: Wikipedia (GAUNTLETT, D.)


Wikipedia é o maior projeto colaborativo mundial.


A origem da Web 2.0


Quando Tim Berners-Lee criou o WWW, ele pensou que seria um lugar onde as pessoas poderiam colaborar para compartilhar e construir conhecimento. A sua intenção era de que cada web browser conseguisse editar as páginas, e não apenas lê-las; mas por mais de uma década, ninguém se empenhou para que os browsers pudessem ser usados nesse intuito. Contudo, recentemente a Web 2.0 pode permitir isso, usando sistemas já existentes de uma nova maneira.


Wikipedia


O maior exemplo da web 2.0 seria justamente a wikipédia (a enciclopédia que qualquer um pode editar). A Wikipedia não inventou o conceito, e não foi a primeira wiki (site que permite a qualquer usuário alterar informações). A Wikipédia cresceu com a Nupedia, que era uma enciclopédia online escrita por experts, mas que intimidava a participação de outros indivíduos, e assim surgiu o projeto wikipedia. Atualmente a quantidade de artigos postados na Wikipédia é impressionante, e a veracidade desses artigos pode ser comparado com a enciclopédia Britânica.


Não tema a Wiki


Apesar de muitos acadêmicos ainda não creditarem confiança na wikipédia, já foi demonstrado que podemos "confiar" nela. Os seus artigos estão em constante atualização, diferentemente do que está impresso. A quantidade de imprecisões encontrada na Wikipedia e Enciclopédia Britânica é muito próxima (4 na wiki, 3 na britânica). E diferentemente da sua rival, a Wikipedia se torna melhor a cada mês. As maiores preocupações que envolvem a wikipédia é que as informações não podem ser atribuídas a um autor expert em particular. Mas no processo colaborativo online participam diversos indivíduos de diferentes graduações e experts.


E para aqueles que sentem que a sociedade se tornou fundamentalmente decadente, anti-social, egoísta e dominado, o mundo da Wikipédia oferece uma forte sugestão de que não é bem assim. Afinal, pessoas passam horas colaborando na construção de recursos acessíveis para outros, por muito pouca recompensa pessoal.


As pessoas não estragam/bagunçam sempre?


É claro que pode haver vandalismo em algum dos milhões de artigos, mas isso também é corrigido rapidamente por outras pessoas. Alguns artigos são protegidos ou semi-protegidos (não pode ser editado por novos usuários).


Não são opiniões de não experts? A wikipedia não é um monopólio?


Primeiramente, a wikipedia desafia a própria definição de expert. Em relação à segunda pergunta, a diferença fundamental na natureza entre uma corporação de fins lucrativos X não comercial enciclopédia produzida para todos. Quanto mais as pessoas usam a Wikipedia, melhor ela fica.


Wikipedia e Mídia 2.0


A Wikipedia é apenas um exemplo do tipo de transformação sugerido para pessoas em numeroso campos. Tornando a Internet uma ferramenta poderosa com efeitos poderosos em todas as arte, mídia, ciência, sociedade e comunicação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário