BURKITT, Ian. Social Selves – Theories Of Self And Society. SAGE Publications Inc. Thousand Oaks, California. 2008. p. 162-186.
> Pensando nas transformações da identidade pessoal causadas pela "social saturation", podemos afirmar que, quanto mais maneiras, modos e relações diferentes de se apresentar ou agir são ofertadas a um indivíduo (durante seu convívio em sociedade), e, a partir do instante em que esse indivíduo começa a interiorizar essas múltiplas características, isso aumentaria as alternativas e ajudaria o indivíduo a se encaixar em diferentes quadros sociais?
> Sendo assim, como podemos cruzar os conceitos de autonomia ou de sustentação da individualidade com o de "saturated self"?
> Gergen menciona o efeito do impacto das tecnologias e faz uma critica a forma como os relacionamentos profundos se reduzem, em detrimento à compromissos mais superciais e menos espontâneos. As Revoltas Árabes em 2011, viabilizaram movimentos sociais espontaneos através das redes sociais, o que resultou na queda de um regime totalitário. Nesse caso, até que ponto as redes sociais contribuem para remontar o Self (Público e privado) e a estrutura dos relacionamentos?
> O autor afirma que "em lugares reais, podemos construir o tipo de relações interpessoais que não podemos nos espaços finos da Internet: relações incorporadas nas quais se podem desenvolver as qualidades de caráter que ligam os seres humanos uns aos outros e cria nos indivíduos um sentimento de um self-sustentável". Porém, por que as relações interpessoais na internet não poderiam construir relacionamentos reais, laços afetivos fortes? Atualmente, não é isso que temos visto: a internet não estaria diminuindo as distâncias entre as pessoas? Ampliando o acesso a informações?
> Para o autor, "criar uma identidade estável não é fácil (até mesmo desejável) nesse mundo", mas ao mesmo tempo ele comenta que as pessoas estão em busca de raízes, amizades, relacionamentos, e isso seria uma busca a resistir a modernidade líquida, buscando também estabilidade, coerência, compromisso, entre outros... Essa busca por "estabilidade/coerência/etc." não seria um indicativo também de uma busca uma identidade (aproximadamente) singular? Um exemplo disso poderia ser uma "redução" dos papéis sociais?
> “It’s hard to believe there’s only one truth in which we can place our faith or one system of values or way of living, in which we can develop ou sense of self –identity.” A reconfiguração das relações no tempo e espaço para esse âmbito mais global ao contrário de fragmentar o self, nos traz uma possíbilidade de reconstituição dele, portanto a pergunta é: já não estamos agora, usando essas mesmas profusões de possibilidades como referência para a recontituição desse self, de uma unidade? Exemplos como o site do movimento Zeitgeist (http://www.thezeitgeistmovement.com/), talvez nos falem um pouco sobre isso. A partir do lançamento de um documentário com uma idéia (uma nova proposta de mundo) apenas 1 ano e meio depois, 400 mil pessoas em 70 países, criaram seus próprios sites,em apoio a esse movimento de transformação. Criando uma unidade planetária, uma verdade.
Não seria essa um nova forma de unidade e de fortalecimento do eu? (“...social construction of the self...”). Já que todos ali se identificaram com a mensagem proposta e provavelmente, colocaram ali a sua fé, os seus valores e sua identidade, ou a busca por ela. De fato: “no self is an island..”.
> “...Yet we also must be prepared to change quickly in a fluid world that demands adaptability.” O global e o local se tornaram quase a mesma realidade para todos nesse “novo mundo fluido”, então o que antes levava muito tempo para sabermos agora é sabido na hora, então o meu local agora, é global. O mundo todo vai saber em um minuto tudo que acabou de acontecer na minha vizinhança mas nem eu mesma sei direito o que aconteceu. Pergunta: Uma vez que esse fenômeno já está acontecendo, como, se é possível, nos preparamos para isso? Como lidar com essa globalização do meu jardim?
> No contexto das mídias sociais baseadas no compartilhamento de consumo e experiência (Foursquare, GetGlue, Foodspotting), a reflexividade dos atores sociais conectados seria expandida, uma vez que teriam contato com uma maior multiplicidade de expressões habitus dos outros indivíduos?
> Uma vez que a posse de tecnologias digitais de comunicação é ampliado e o acesso a diferentes escolhas de vida e constituição do self continuam limitadas, a aproximação com estilos de vista distanciados no tempo/espaço causaria maior desconforto e insatisfação?
> Será possível responder a pergunta:"Quem sou eu?", neste tempo da chamada modernidade líquida, onde para nos relacionarmos com outros devemos manter alguma estabilidade das características expressas por nosso self e ao mesmo tempo manter parte de nós preparados para mudar e nos adaptar rapidamente de acordo com as circunstâncias?
> As pessoas capazes de responder positivamente às condições que exigem mudanças, e ao mesmo tempo empreendem o processo de construção do self com identidade própria,segundo Bauman, deixando espaços flexíveis para adaptações, pode ser considerado como um modelo apropriado para a sobrevivência do self no mundo contemporâneo?
> Ao falar de do self social, o texto cita Mead e o seu entendimento de que o self é muito mais que uma construção social, os indivíduos não tem somente que se adaptar ao ambiente e sim, a todos os indivíduos do grupo com quem eles estão se envolvendo em atividades. Nos tempos atuais, com as diversas possibilidades de interação como esse processo de construção do self absorve/adapta as diversas mensagens?
> Ao falar da relação entre a atividade de um grupo social e a formação do self individual, o autor fala do uso, e evolução, de recursos como símbolos, sinais e linguagem em interações diretas e mediadas. É correto afirmar que a construção social do self é organizada a partir de um sistema de feedback?
> No processo de gerenciamento de impressões, em contextos de interação social, como se articulam, ou melhor, como se estabelecem as agências entre 'self' e 'identidade'? Em que medida podemos afirmar que existe um 'self' agente em determinado momento, ou uma agência de ordem identitária?
> Em que medida, as construções simbólicas do "self' e da 'identidade' se aproximam, e quando se distanciam?
> Segundo Burkitt, o fenômeno da saturação midiática permite que criemos uma relação de intimidade com pessoas que não conhecemos. A natureza virtual dessas relações, também segundo o autor, as tornam mais sedutoras, bem mais do que aquelas relações que estabelecemos com as pessoas com quem interagimos face a face e sob as quais temos controle. A partir dessas afirmações, questiona-se: A sedução, para Burkitt, está relacionada à falta de controle sob o outro? E nas interações digitais não existe controle?
> O autor afirma que apesar das profecias sobre a internet e sobre o cibersexo, a sexualidade diz respeito à interação entre indivíduos e que é através dessa interação que os significados da sexualidade são concebidos, bem como o fenômeno que conhecemos como sexualidade é produzido. Da forma como o autor problematiza, parece que não há interação no cibersexo, o que, por sua vez, nos faz pensar: há uma interação concebida de uma outra forma, nos ambientes digitais e portanto, há uma nova forma de sexualidade?
> Como o atendimento aos códigos culturais e o seu compartilhamento podem
permitir que os indivíduos sejam capazes de identificarem-se do ambiente?
> A partir da compreensão dos elementos culturais na composição do comportamento, como o problema permanente em entender a relação entre a normalidade e o patológico se as referências não se modificarem? Ou a forma de reconhecer o que seja normal e patológico não seja revisto para além do reconhecimento da existência de fatores sociais e culturais envolvidos?
> Os novos arranjos pós-modernos desarranjam e rearranjam. Dão-se novas composições de estilos de vida, organizações familiares, relações humanas, trocas afetivas, linguagem, comunicação, religião...etc. Haveria uma necessidade de criação ou de mudança em algo na humanidade para que os indivíduos associassem essas composições sem entrar em colapso e acompanharem, estarem plásticos, sem se "plastificarem"?
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